Impressões do acaso
Descubro uma 'gravura do tempo' mais valiosa que toda a tecnologia embutida no meu aparelho celular
Ao retomar minha escritura, em janeiro, firmei com você o compromisso de “escrever a vida — vidas”, donde Escrevidas, sem meias-palavras.
É um dístico, minha divisa aqui.
Tive uma caminhada comprida, exaustiva, com a “Jurupoca”. Não há quem tenha passado incólume à pandemia e à violência da borracheira — o coronavírus e sua legião de aliados, incluindo alquimistas com CRM.
Desta vez não projetei muito, não pretendi ou pretendo oferecer um “serviço” de jornalismo cultural minimamente distinto e rentável na internet.
O Escrevidas é moldado na escrita, no ir-se escrevendo o viver — no ser e vivescer, conforme Guimarães Rosa — e sobretudo na sua leitura.
Estou cheio de novidades, de modas, talvez você também. Acho que isso não tem volta.
A própria palavra moda, o signo “moda” caducou (só não caduca, aliás, o Carnaval, e devemos louvar a Baco por isso).
Tudo envelhece com grande força e rapidez, e tudo peleja para juvenescer.
Sempre nova, novíssima só a tecnologia. As estrelas são o limite.
Sim, com a revolução digital mudam costumes, crenças, e tudo envelhece longamente, e a diário, no estender da vida.
Advogo, ou melhor, namoro uma causa perdida.
Por crer que alguém também precisa falar do que há para ler ou reler e está a juntar pó nas estantes;
Por ver filmes novos e antigos, tenham um ano ou sejam do cinema mudo.
Por valorizar, trazer à luz do dia a música intemporal e a nova música que não persegue só o marketing dos hits digitais, senão o fazer e a realização artística como projeto de vida.
Escritores e jornalistas também precisam tentar cruzar os dilemas do presente e o que surge de mais relevante na cultura com referências que não são de agora nem de ontem.
Precisam mostrar certas gravuras, certas impressões colhidas na prensa do tempo que revelem, como se revelavam negativos, algo de nosso ser.
Parafraseando a belíssima “Maninha”, de Chico Buarque, é bom lembrar do futuro que combinamos com nós mesmos — de alguma maneira ainda éramos e somos crianças, “querendo acreditar/ que o dia vai raiar/ só porque uma cantiga anunciou”.
O passado já era e o vir a ser ainda não foi, talvez não venha. O viver, no instante, contém um e outro como que iluminados, conforme iluminados, quando há luz.
A despeito de a inteligência artificial estar na praça para transformar a economia e tudo mais, não reinventamos a roda, e ainda não recriamos o ser humano.
Crônica ou coluna é o que faço aqui, o que sei fazer e ofereço a quem me lê.
Você, por favor, querendo, pode me dizer o que acha; disponha, se desejar, do e-mail siuvesescrevidas@gmail.com.
A newsletter e minha página na Substack, o texto que chamo “coluna”, com as duas pernas plantadas no jornalismo, tem, portanto, mais ou menos este jeitão, que é o da crônica.
Para você que chegou agora, essa é uma conversa franca perpassada por livros, filmes, pinturas e música, sempre música (cada edição tem sua breve playlist).
E carregada por minhas obsessões com os rumos insensatos do mundo e os novos costumes.
Mas só de certa distância, e devagar. Não dou mais conta do mundo, estamos de mal.
Até me livrei do vício de ler notícia e assistir à telejornais todo dia.
Ouvir comentaristas e suas variações muito bem-informadas pelas melhores “fontes” do mesmo e tedioso tatibitate, não, obrigado;
Ouvir falar de Putin, "Bibi" Netanyahu, Trump etc. me causa uma pressão no duodeno, uma espécie de ausência do real.
Para sossegar minhas obsessões, leio, escuto música, vejo alguns filmes, uma série ou outra, caminho e escrevo.
*
Agora, leio Guimarães Rosa.
“Noites do Sertão” com seus dois “poemas”, no dizer do autor, os contos em prosa poética “Lão-Dalalão (Dão-Lalalão)” e “Buriti”.
Creio que “Buriti” é onde Rosa mais se aprofunda ao nos guiar, poeta, pela paisagem interior dos sertões, pelo substrato de paisagem que a alma absorve.
É refrescante molhar os pés nos alagados onde resiste essa linda “palma-real”, o Buriti;
Distinguir o ser de cada flor, florzinha;
Notar as formas que o rio assume ao escorrer pela mata escura;
Situar a boniteza dos pássaros e seu cantar:
"Mas, muito antes da luz das barras, os passarinhos percebem o sol: pio, pingo, pilgo, silgo, pinta-alegrim... De manhã, mudam o coração da gente."
Ou:
“Súbito, porém, aqui, quase perto ao pé deles dois, um casal de caracarás se ousou — grandes — coloridos como surpresas. Já apareceram assim, a certos metros um do outro, deslizado um voo tão baixo, sem rumor, sem alarme nenhum, rasando o capim, curvando-se às vezes; e tudo fez um sonho.”
Respirar a matéria que dá vida às vidas que interagem, gozam e padecem naqueles campos, como às nossas vidas leitoras, literárias.
Rosa desacelera minhas horas, me leva a olhar pra dentro, viajar com mais calma ao redor de aflições, como neste outro trecho de “Buriti”:
"Para levar o prazer de o sentir ali, nem se carecia de o olhar demorado. A gente ia passando. Mas ele deixava, no corpo e no espírito, um rijo dôce-verde sombreável, que era o bater do coração, uma onda d’água, um vigor na relva. Aquele coqueiro crescido consolava mais do que as palavras procuradas num livro, do que um bom conselho de amigo."
*
Trago constante um adjetivo — estúrdio — tão ao gosto de Rosa.
No Houaiss estúrdio é o que “denota estranheza, esquisitice (diz-se de coisa ou pessoa); incomum, esquisito”.
O mais estúrdio de envelhecer, quando se vive em constante aceleração, é perceber que caímos numa espécie de vácuo.
A vertigem de uma época tão fechada em suas ilusões.
Há no ar uma ansiedade grave pela vida estendida, certo desespero.
É o que gira o mercado bilionário da informação higiênica, das receitas para retardar o envelhecer.
O jornal “The New York Times” me ensina como limpar as orelhas ou se devo escovar os dentes antes ou depois do café da manhã;
O “Estadão” me apresenta novos testes que detectam precocemente o Alzheimer.
O “Globo” investiga tabus da prática de sexo anal por mulheres, depois de seus redatores verem, uma semana antes, essa pauta bombar no “El País”, e hoje me vem assim esse jornal: “Vinho: bebida deixa de ser queridinha da medicina. Entenda o porquê”.
E a “Folha”, via um constante “The New York Times”, sabe-se lá quem traduziu: “Entenda o que o novo amor faz com seu cérebro”.
É parte dos achados jornalísticos mais clicáveis e monetizáveis — exemplos virtuosos de anônimos e celebridades que se mantêm jovens e vigorosas e ainda por cima filosofantes; os últimos achados científicos, médicos, farmacêuticos, dietéticos, terapêuticos, milagrosos.
Quem lê tanta notícia?
Que é preciso chegar aos cem, sei lá, 110 anos, com o mesmo vigor que tínhamos aos 40, todos sabemos, urge, com alguma dor, com alguma grana, com alguma sorte, com muito saco.
Que o mundo está para acabar, segundo a ONU e a ciência do clima, é de somenos.
O paradoxo dessa batida insana é, como disse, a aceleração da obsolescência, do avelhar no compasso da inovação.
O fato, o escândalo, o meme, a hashtag, o hit do streaming da semana passada, tudo acumula bolor quase instantaneamente tão logo é consumido e gozado.
Tão logo recebam “engajamento” — curtidas, comentários, compartilhamentos, —esqueça-se.
É o carrossel de supernovas a girar nas redes sociais.
Produções que um dia mereceram o rótulo de “filmes de arte”, um Fellini, um Bergman, um John Ford, um Hitchcock, têm chances remotas de revalorização, sequer de serem conhecidos por novas gerações;
Livros antigos, clássicos dos séculos 18, 19, 20, alguns poucos do início deste século, correm grande risco de nada significarem mais, cada vez mais, nunca mais.
Ao menos para leitores por cima da carne seca, exclusivistas e, como se dizia, antenados nos novos ideais absolutos;
Leitores consumidores das grandes novidades revisionistas, das atualizações morais anacrônicas, das tramas eivadas de Justiça Social, caudatários dos departamentos acadêmicos e editoras na sua corrida do ouro.
*
E a música?
Está em maus lençóis.
Há pouco foi preciso que um professor e escritor, linguista com especialização em línguas crioulas e Black English, nascido em 1965, saísse em defesa do judeu George Gershwin no “The New York Times”.
Ora, um respeitado jazzista de “avant-garde”, nascido em 1973, acabara de tascar a pulsante e, sim, intemporal “Rhapsody in Blue” como a “pior obra-prima” dos últimos cem anos.
Para Fulano, a peça era “brega” e “caucasiana”, ou seja, branca.
Ele também comparou a composição de Gershwin a uma “torta de queijo” que “obstruiu as artérias da música estadunidense”.
A “Rhapsody in Blue” é um repositório de alegria, de beleza concentrada e explosiva; uma festa para metais e madeiras, uma celebração do piano.
A ouvimos por exemplo na abertura de “Manhattan”, filme de Woody Allen.
E deixem que digam que pensem que falem.
A música seguirá redentora, por mais que queiram erguer um novo cânone policiado, estabelecido segundo o grau de pureza moral das partituras.
Essa conversa triste é um dos temas de “Tár”, filme com a grande Cate Blanchett dirigido por Todd Field, concorrente do Oscar ano passado, que acabo de ver, felizmente atrasado, temperado o “calor da hora”.
Embora desigual, “Tár” é um dos filmes mais provocantes lançados nos últimos anos, e que mais fere a medula de nossa época.
Tem Cate Blanchett e entra no universo da música de concerto, raramente explorado no cinema, se minha memória me ajuda;
Tem como um de seus motivos (é regida no vídeo acima) a “Quinta” de Gustav Mahler (1860-1911), obra que nos envolve até como ícone cultural, nem que seja pelo “Adagietto” do quarto movimento;
(Não há como não a conhecer, deixar de ouvir essa sinfonia.
É de uma maravilha atordoante, às vezes atroz; diz muito da biografia do compositor austríaco; é pano de fundo do livro de Thomas Mann, “Morte em Veneza”, e do filme de Lucino Visconti baseado nessa obra.)
O filme ainda tem, claro, a temerária, ainda que oportuna, discussão dos embates de gênero e identidade na arte, o que ainda é novíssimo, não?
Temerária, infeliz, é a própria trama, o caráter da heroína, que torna o filme desigual, o rebaixa, a meu ver.
Mas tudo em “Tár” já foi bem discutido no lançamento, lá atrás.
Extraio só o que mais gostei, dois momentos que me parecem as melhores contribuições do filme à pasmaceira cultural que atravessamos.
(Como escreveu há algum tempo um autor (texto em inglês), “Estamos todos enjoados de cultura”, em tradução bem livre).
Primeiro há o “master class” para estudantes da escola Julliard, em Nova York, no primeiro quarto do filme.
Vale o ingresso ou o aluguel no streaming.
“Eu não curto muito Bach”, diz Max, um rapaz bonito, maestro estreante, à personagem de Blanchett, quando perguntado se ele havia tocado ou regido o compositor, como a “Missa em Si Bemol”.
Mordida, a maestrina vai fundo sobre o significado da música e o problema, o drama idiota de não se abstrair moralmente o artista da sua criação. Isso aumenta a voltagem do “master class”.
Max não se deixa intimidar, ainda que não pare de balançar nervosamente uma perna, de “costurar”, como dizia um amigo.
Com menos de 30 anos, o garoto está queimado pela chama da verdade:
“Honestamente, como pessoa pan (pansexual) e multirracial, eu diria que a vida misógina de Bach não me deixa levar sua música a sério”.
Max se referia ao fato de o autor das “Variações Goldenberg” e do “Cravo Bem Temperado” ter gerado 20 filhos.
“Sim, isso é história”, lhe diz Tár, “mas Bach gerou um número muito maior de músicas. E como suas habilidades no leito conjugal se confundem com o Si bemol?” (mais ou menos isso é dito).
(Johann Sebastian Bach nasceu ainda no Sacro Império Romano-Germânico, onde está é Alemanha, em 1695; morreu em 1750)
Lydia Tár convida Max ao piano. Toca com requinte, o rapaz do lado, o “Prelúdio em Dó Maior”, brinca com o estilo marteladinho de Glenn Gold.
Vai mostrando ao jovem, por meio da melodia, de um crescendo que reverte, a “humildade” do compositor alemão, as perguntas sugeridas, com possíveis respostas, uma após outra. “Bach não tem certezas”, ela diz.
A carapuça não cabe, Max não se dobra, já sabe do mundo o que precisa:
“Hoje, compositores homens, brancos e cis não são meu lance”, decreta, sem erguer a voz, um pouco antes de abandonar furiosamente o auditório.
A cena, longa e precisa, joga um tambor de luz sobre o espírito torturado do nosso tempo, sobre as neuroses do desejo de se desinfectar o passado com os revolucionários pesticidas ideológicos de agora.
Mas minha passagem preferida em “Tár” vai mais para o final.
Lydia volta desolada para a casa materna e roda num velho VCR ligado a uma TV de tubo uma das gravações de seu mentor, o maestro Leonard Bernstein (1918-1990), que reencontra num armário.
Bernstein acaba de reger uma sinfonia e se dirige à plateia (o trecho foi editado para caber no filme, em relação à íntegra do vídeo abaixo) mais ou menos assim:
“Vocês não se sentem triunfantes? Agora podemos entender qual é o real significado da música: é o modo como ela nos faz sentir enquanto a ouvimos. Não precisamos saber muito de sustenidos, bemóis, acordes, tudo isso, para entender a música e o que ela significa, se ela nos diz alguma coisa. E o mais maravilhoso de tudo é que não há limite para o tipo de sentimento que ela produz (…) sim, algumas vezes podemos dizer que sentimos paz, alegria, o que for, amor, ódio... Mas de vez em quando os sentimentos são tão profundos e tão especiais que não podem ser descritos em palavras. E a música se torna tão maravilhosa porque os descreve para nós, só que por meio de notas, não de palavras. Está na forma como a música se movimenta. Não se esqueçam de que a música é movimento, sempre indo para algum lugar, saltando, mudando e fluindo de uma nota para outra. E esse movimento diz mais sobre o que sentimos do que um milhão de palavras.”
Se um filme como “Tár” me excita demais, me provoca, me impressiona e me leva a escrever, volto ao meu recanto, aos livros.
*
No dia seguinte, no meio dos livros, na desarrumação de nossas estantes, encontro, como quem não procura, insinuante, uma raridade que havia saltado de seu limbo.
Fazia uns trinta anos que não abria meu exemplar do quarto número da revista “34 Letras”.
É de junho de 1989 e ainda traz colado o selinho da saudosa Vandamme Livraria.
Logo revejo uma tradução de Lino Machado do poema “A Ilha do Lago”, de Ezra Pound (1885-1972), que hoje me bate mais forte no coração.
O poeta começa por pedir a Deus, Vênus, Mercúrio, “protetor dos ladrões”, que lhe deem um dia, ele suplica,
“uma pequena tabacaria/ Com todas as pequenas embalagens brilhantes/ empilhadas em ordem nas prateleiras...”.
Na última estrofe, o poeta clama de novo a Deus, Vênus, Mercúrio.
“Emprestem-me uma pequena tabacaria/ ou arranjem-me qualquer profissão/ Que não seja esta desgraçada profissão do escritor/ em que se esquenta a cabeça o tempo todo”.
Acho que é por isso, inclusive, que não tenho mais estômago nem duodeno para digerir Putin, Netanyahu, Trump etc.
Por isso me alegra deparar uma impressão do tempo, uma gravura do acaso que expõe o que fui e me tornei, caminhos e descaminhos.
Na “34” acho no miolo um recorte do “Jornal do Brasil” com a coluneta “Millôr”, edição de 16/9/86, em meio a um ensaio de Wilson Martins (“Canudos: ficção e história”).
O “JB”, como o chamávamos, aglutinava a nobreza do jornalismo brasileiro, com sua elegância plástica e estilística, com seu apurado equilíbrio entre informação e opinião.
Ah, havia uma energia boa nas aspirações, em cada exemplar, no afã do futuro, com aqueles altos padrões, para um estudante de jornalismo.
Tal era o estado da arte aos vinte e poucos anos.
O amarelado do jornal transferiu-se esmaecido, em forma e cor, para o cinza do papel encorpado nas páginas 106-107 da “34”.
Descubro essa impressão do acaso e me afiguro que é mais valiosa, tem mais importância que toda a tecnologia embutida no meu aparelho celular e seus aplicativos, sem os quais viveria muito bem.
Está comigo, ficou em mim.
A pátina do recorte sobre o texto denuncia de alguma maneira as ruínas que a IA começa a deixar sobre os modos de viver e ganhar a vida, e minhas próprias ruínas.
(Tradutores em carne, osso e longos estudos, por exemplo, perdem lugar nos jornais para robôs que oferecem aos leitores um alto “portinglês” nonsense, como mostrou o colunista Sérgio Rodrigues, na “Folha”, ao puxar a orelha do próprio jornal.)
O recorte reconduz meu apego ao “JB”, ao grande prazer que era lê-lo, a Millôr, artista de uma geração que nos elevava a patamares de inteligência há muito arruinados, e ao gosto de folhear uma revista de arte e literatura feita com capricho.
Olhar e tato perseveram.
Millôr Fernandes (1923-2012) gozava a choradeira dos políticos por terem apenas 11 segundos na TV, então, no horário da propaganda eleitoral.
Não dá para dizer nada nesse tempo. Será que não?
O humorista alinhavava várias citações célebres que cabiam no intervalo — para quem tinha o que dizer.
O quadrado publicado no alto da página 11 trazia, como sugestão aos políticos, “declarações de princípio do mundo ocidental” possíveis de serem ditas em 1-2-3... 11 segundos;
Começa com “Toda propriedade é um roubo”, de Proudhon, que se diz num segundo.
Passa por falas e escritos de Marx, Churchill, Getúlio Vargas, Lincoln e, no fim, William Shakespeare, na mais famosa estrofe do “Macbeth”:
“A vida é apenas uma sombra que caminha, um pobre ator que gagueja e vacila a sua hora sobre o palco, e depois nuca mais se ouve. Uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada”.
Em dez segundo se pode gravar essa fala da peça (Ato 5, Cena 5).
Imagino o presidente da Câmara dizendo isso em horário obrigatório, antes do “Jornal Nacional”.
Mas cabe também a nós guardá-la de cor, no coração, para dizê-la de vez em quando, representando ou não, quem sabe com o “Adagietto” de Mahler ao fundo, também pode ser a “Ária” das “Variações Goldenberg”.
É isso, por ora.
Salve e Saravá!