A Prensa da Apple e a Pedra do Remanso
Uma representa a permanente “destruição criativa” da economia capitalista, outra, a persistência da memória e a impermanência da vida
Atualizado ao meio-dia e vinte dois minutos para correção do nome da música “Morro Dois Irmãos”, de Chico Buarque, em lugar de “Dois Irmãos”.
Duas palavrinhas
Em um país periférico e tão desigual quanto o nosso, a expressão “correr atrás” — de coisas, oportunidades, da própria sobrevivência — é reveladora em mais de um sentido.
Em relação às tecnologias digitais, quem melhor domina os novos recursos adquire vantagens e participa de uma corrida contínua de aprendizado, ascensão social, consumo e geração de renda.
A revolução digital e os dispositivos eletrônicos foram rapidamente naturalizados e incorporados ao cotidiano das pessoas, nas relações sociais e de produção, como necessidade, como mais um fato da vida.
O Brasil, desde o Orkut, sempre esteve entre os primeiros do mundo na adesão às redes sociais e no uso de aplicativos de trocas de mensagens, como o Whatsapp.
Onde há menos desigualdade, e vigoram níveis elevados de educação, caso de muitos países europeus, esse processo de naturalização é mais conflituoso e menos acrítico, como mostram, inclusive, as regulações impostas às pantagruélicas empresas de dados.
Jornalistas, filósofos, escritores e ensaístas buscam corresponder — em debates públicos, artigos e livros — o crescente interesse das pessoas por um pensamento que contraste as grandes mudanças em curso.
Fiz essa pequena introdução pra dizer, ainda, duas palavrinhas sobre meus temas desta semana.
A Pedra do Remanso, tangenciada num Escrevidas (“No caminho de Yanipab”), como o decantado pé de jenipapo é uma espécie de porto afetivo em minha sina, palavra que pode significar “destino” e “insígnia”.
Há meio século percorro a pedra. Aprendi a “respeitar sua prumada” e “desconfiar do seu silêncio”, como em “Morro Dois Irmãos”, de Chico Buarque, que ainda diz (e me desculpo por voltar a essa canção, que é uma das mais bonitas já escritas):
“Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos
É assim como se o ritmo do nada
Fosse sim, todos os ritmos por dentro
Ou então como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento”
Divido com você algum mistério e os muitos encantos da Pedra do Remanso.
Que há pedras e pedras, até para quem se mete na pedreira das palavras, a selecionar os blocos que vai tentar esculpir, mas é mais certo dizer que um escritor não escolhe, antes é escolhido por este ou aquele corte da pedra.
Sem que eu planejasse, a Pedra do Remanso fez um contraponto com o outro assunto deste Escrevidas, a Prensa da Apple.
Trato do vídeo “Crush”, da malfadada campanha de apresentação da nova versão do tablet iPad.
Os “criativos” da Apple bolaram uma sequência de mais ou menos um minuto em que uma enorme prensa industrial esmaga uma pilha de ícones de vários gêneros artísticos, como instrumentos musicais, livros e tubos de tinta.
A mágica do anúncio é a reciclagem do “lixo” cultural obtida por um ato de extrema violência.
Como Deus fez o homem do pó da terra, a Apple conforma seu iPad Pro M4 da poeira gerada na destruição programada de objetos artísticos que — como se sugere — foram “ultrapassados” pela tecnologia digital.
Diante da repercussão negativa, um representante da empresa pediu desculpas pela divulgação da peça publicitária.
A meu ver, não era pra tanto.
A propaganda “sincerona” pôs em holofotes um mundo convertido à ordem algorítmica e dominado por corporações com grande poder de influenciar nossas vidas.
Se não fez bem aos negócios da Apple, a peça, em seu didatismo, prestou um serviço à opinião pública planetária e aos usuários da marca — ao apontar por onde caminha, ou descaminha, a humanidade.
Falei da naturalização de uma realidade complexa e problemática — determinada pela realidade econômica.
Creio que os impactos das novas tecnologias estão longe de ser devidamente metabolizados, ou trabalhados, isto é, debatidos em profundidade pela sociedade e processados pela razão e o intelecto.
Acredito que a utilização dos aparatos eletrônicos é predominantemente inconsciente e reflexa, impulsiva.
E creio que há alguma insanidade nas desencontradas novas formas de viver.
Fomos sugados pelo vórtice de um tornado gerado nas intempéries das grandes mutações.
A girar loucamente nas alturas, tentamos aterrissar e seguir com nossas vidas.
Uma das consequências das transformações é nos esquecer de outras necessidades da alma humana.
O poeta Ferreira Gullar (1930-2016) gostava de dizer que a “arte existe porque a vida não basta”.
Me pergunto se será assim mesmo, ainda?
A arte, a representação além do entretenimento vazio, é necessária?
Quanto vale sua inutilidade?
A vida em si, vivida com objetividade e pragmatismo e destinada a adicionar mais tempo de vida sem se ter muito o que fazer com esse tempo adicionado é o “novo normal”?
Chegou o dia em que se podem colocar questões como essas sem causar muita estranheza.
“O espantoso, em Kafka, é que o espantoso não espanta ninguém”, escreveu o filósofo e ensaísta alemão Günther Anders (1902-1992) no livro “Kafka: Pró & Contra” (Cosac & Naify, 2007).
A citação de Anders, que tomo emprestada aqui, é destacada pelo escritor e ensaísta Modesto Carone (1937-2019) em sua introdução à coletânea de textos “Franz Kafka Essencial” (Penguin-Companhia), também traduzida por ele.
Nesta terça-feira, dia quatro, faz cem anos de morte do gênio de Praga.
Nada melhor que seus escritos para, quem sabe, nos fazer sentir alguma coisa além de indiferença quando nos vemos triturados na Prensa da Apple.
Carone prossegue com Anders [ele foi casado com a filósofa política Hannah Arendt (1906-1975)] na compreensão da escrita kafkiana:
“A fisionomia do mundo kafkiano parece desloucada [trocadilho entre verrückt, particípio passado de verrücken, ‘deslocar’, e o adjetivo verrückten, que significa ‘louco’]. Mas Kafka deslouca a aparência aparentemente normal do nosso mundo louco, para tornar visível sua loucura. Manipula, contudo, essa aparência louca como algo muito normal e, com isso, descreve até mesmo o fato louco de que o mundo louco seja considerado normal. [...]
Em Kafka, o inquietante não são os objetos nem as ocorrências como tais, mas o fato de que seus personagens reagem a eles descontraidamente, como se estivessem diante de objetos e acontecimentos normais. Não é a circunstância de Gregor Samsa acordar de manhã transformado em inseto, mas o fato de não ver nada de surpreendente nisso — a trivialidade do grotesco — [outra modalidade da banalidade do mal] que torna a leitura tão aterrorizante. [...]“
Muito louco, não?
Me pergunto se não estamos nem aí, se já nos acostumamos à “trivialidade do grotesco”.
A Prensa da Apple
A Apple pediu desculpas pelo comercial chamado “Crush” (esmagar) de seu novo iPad, criado pela equipe interna dessa big tech, a TBWA\Media Arts Lab.
O lançamento malogrado ocorreu no início deste mês.
"Erramos o alvo com este vídeo e lamentamos", declarou Tor Myhren, vice-presidente de comunicações de marketing da empresa, fundada pelo mitológico Steve Jobs.
Erraram quanto ao target mercadológico, dada a irritada reação que rebentou nas redes sociais.
Não sei se erraram com os devotos da marca.
Já do ponto de vista simbólico acertaram até demais.
Seus criadores estavam inspirados, tomados pela chama da revelação, da formulação das grandes sínteses.
Foram tão fundo que ultrapassaram a fantasia para cravar o coração do tempo.
Atingiram o alvo tão em cheio que atravessaram o fetiche dos gadgets para pegar na mosca o espírito da época.
Talvez não devessem ter sido tão sinceros sobre o “Zeitgeist”.
Obviamente, o que pretendiam era vender o peixe, nesse caso uma nova geração da tabuleta iPad.
Mas, de modo descomedido, proclamaram e festejaram o “triunfo da tecnolatria”, como certa vez se expressou o filósofo e astrofísico espanhol Juan Arnau.
A peça publicitária começa ao som da canção “All I Ever Need Is You” (tudo de que eu preciso é você), da dupla Sonny & Cher.
Logo, o próprio toca-discos onde a canção é tocada, em meio a um arranjo de objetos e instrumentos artísticos — toda uma representação da criatividade humana anterior à revolução digital — é destruído numa prensa industrial.
A “instalação” é encimada por um pistom; abaixo, dispostos sobre a base da prensa, aparecem piano, partitura, metrônomo, bateria, escultura de argila, livros, câmeras, cadernos, latas de tinta, caixas de lápis de cor, um pequeno quadro-negro com uma expressão matemática e até brinquedos infantis.
Não faltam símbolos da inventividade analógica.
No fim da prensagem, jorros de tintas escorrem da prensa e ouvimos uma explosão frouxa seguida por uma nuvem de poeira residual.
Desse espetáculo destrutivo surge o substituto de toda a “trastaria” cultural aniquilada: a maravilha na forma de um delgado, elegante e reluzente iPad Pro M4.
“É obsceno em sua brutalidade, em sua arrogância despótica, em sua desavergonhada vontade de destruição e supremacia”, comentou o escritor Antonio Muñoz Molina.
O dispositivo brilha sob efeito de umas ondinhas coloridas, como um cyborg despachado do futuro.
As formas de representação da vida humana, desenvolvidas ao longo de séculos e, intuímos, também seus frutos — arte, literatura, música, teatro, pensamento abstrato, tudo é destroçado em menos de um minuto.
Não sei se a necessidade humana de representação artística — para preencher e significar a vida — vai mais longe do que os senhores do universo esperavam.
Talvez essa necessidade tenha, hoje, uma existência apenas marginal, mas ainda não está totalmente suprimida.
Nosso apego à arte e à natureza perdura, e apesar dos pesares, convive com a vida mediada pelos algoritmos e dispositivos eletrônicos.
Será o caso de acelerar a desaparição de toda manifestação desse apego, das marcas de uma parte da humanidade, por diminuta que seja, que ama a expressão artística de todos os tempos?
São marcas e sinais que nos distinguem como seres humanos na natureza e que confortam nossa consciência da brevidade da existência — alternativamente à religião — e das chamadas “questões últimas”.
Mas o iPad Pro M4 é tudo de que necessitamos.
A hegemonia — uniformizadora do pensamento — da ordem algorítmica — binária e simulatória — controlada por empresas como Apple, Meta, Amazon e Google, busca continuamente estender sua supremacia.
Supremacia no tempo e no espaço — em toda a Terra com a garantia de um futuro absoluto.
O futuro precisa ser terraplanado pra satisfazer a expectativa de acionista de olho na expansão dos mercados e nos balanços financeiros projetados pra além de 2050.
É preciso passar o rolo compressor e asfaltar as terras virtuais reservadas à primazia da inovação tecnológica.
A destruição criativa, tal fundamento da economia capitalista, não pode parar.
E contestar a liberdade de destruição e criação de semideuses bilionários é uma forma de atraso mental, pode-se ler no subtexto das profecias futuristas — e, a propósito, também no entusiasmo fascistoide da extrema direita.
Fora da tecnologia e das colmeias humanas conectadas online resta a individualidade solitária e o passadismo.
Sim, já era para a revolução digital ter sepultado os livro e o jornal impresso — esse morto-vivo, — os instrumentos musicais mecânicos e a composição escrita, bem como a pintura e as artes gráficas, por exemplo.
Fala-se até num salto tecnológico no cinema com a substituição de atores em carne e osso por seus próprios avatares gerados por inteligência artificial.
Mas se muitas dessas expressões subsistem, se mostram duradouras, que tal encenar uma metáfora da aniquilação?
Uma prensa industrial pode fazer o serviço, com uma musiquinha simpática de fundo e uma cena desenhada com arrojo, brilho e perfeição.
O espantoso não espanta mais.
É preciso enfrentar a resistência do ceticismo e do desânimo e promover a reinvenção permanente de dispositivos que solucionam necessidades com que ainda mal sonhamos.
É preciso vibrar com o maravilhoso espetáculo da digitalização do mundo e da vida.
Enquanto escrevo, a inteligência artificial generativa é aprimorada para suprir a obsolescência programada do ser humano.
Sistemas humanoides — se as prensas hidráulicas e rolos compressores fizerem seu trabalho direitinho — vão se tornar gestores totais de nossas gostos, gestos e realizações.
Dúvidas? Também tenho muitas.
Penso perguntar ao oráculo de inteligência artificial embutido no iPad Pro M4 se estamos mesmo terrivelmente desloucados.
*
Posso imaginar reuniões de briefing do marketing com os criadores da agência interna da Apple no projeto do vídeo “Crush”.
Depois de muitos brainstorms, kombuchas e expressos descafeinados, um verdadeiro gênio do ramo — digamos, de origem portuguesa, e que tenha lido seu Camões na meninice — esboça meio sorriso, e como um jogador de poker com um royal straight flush nas mãos, tenta disfarçar seu entusiasmo.
Acabara de receber uma faísca criativa de alta voltagem e sente-se meio tonto.
Em silêncio, espera se recompor do choque.
Então, com uma expressão grave, se aproxima do diretor de criação e lhe revela ao pé do ouvido a epifania (expressão, não custa lembrar, que a “arte” publicitária tomou da literatura) que acabara de formular.
Um conceito imbatível para nortear os redatores de “Crush” e anunciar aos terráqueos o advento do iPad Pro M4:
“Cessem do sábio Chinês e Coreano
As invenções grandes que fizeram;
Cale-se da Samsung e da Xiaomi
A fama das conquistas que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Americano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se levanta.”
Neste domingo, 2 de junho, sai bem cedinho o terceiro conto do “Réquiem do Boi - Memórias Melódicas”, chamado “A Hora Azul”.
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Pedra do Remanso
Comecei o Escrevidas em treze de janeiro. Na semana seguinte postei “No caminho de Yanipab”.
Lembro um pequeno trecho:
“O jenipapeiro em pauta, tal indivíduo, é a primeira figura familiar a receber quem se destina à fazenda Cachoeira, zona rural de Bom Jesus do Amparo, picada bem batida do Caminho dos Diamantes.
É tão próximo quanto a parentela de sete gerações cujos umbigos deixamos no casarão erguido sobre a pedra à beira-rio”.
Árvore e pedra — como a Pedra do Remanso, outro porto afetivo da fazenda, e uma outra história — têm seu imo, sua essência, é certo, que uma self não capta”.
Chegou a vez dessa outra história.
Yanipab é da mesma prenhez que a Pedra do Remanso na germinação da escrita.
Mas a Pedra do Remanso é anterior à esplendorosa árvore, e como é.
Eu e minha gente junta, que a palmilhamos em sete gerações, passamos longe, muito longe de um milissegundo (10ˉ³) da existência da pedra.
Houve uma época em que banhistas e pescadores abusavam de seus encantos perenes.
Tinham precisão de escrever seus nomes no tecido da rocha, como ainda se inscrevem iniciais e pequenos coraçõezinhos flechados nos troncos das árvores em nossos parques.
Pra quê? Muitos já se foram e seus nomes se apagaram. Mas ok.
Ter o nome na pedra é registro aparentemente perene, uma forma ilusória de eternidade.
É como um pedido, um clamor de fulano e sicrano, para que ninguém se esqueça de que estiveram ali em tal tarde de dezessete de março de mil novecentos e setenta e quadro, a desfrutar do frescor do remanso e do calor da pedra.
A Pedra do Remanso podia até se rir dessas vaidades, de nomes e datas nela gravados, de nosso tempo tão curto diante das longas eras de que provém.
Em vez disso, impassível, segue a ensinar algo sobre a sina de cada um que se aquece e descansa em seu costado;
Cada um que se sinta sobre ela e se deixe sopesar, relativo, e consegue flutuar.
Segue a pedra de caso com o rio, rio a deslizar em suas anchas ancas.
Segue sua formação por uns cem metros abaixo, até alicerçar o casarão mais que centenário, em cuja varanda dos fundos nos deleitamos com a “canjiquinha”, como os antigos se referiam ao delicioso rumorejar das águas do rio sobre um trecho mais pedregoso.
Os anos fluem e a gente acaba se imbuindo de um lugar, até que disso surge algum extrato, que também é uma forma de gratidão.
Um contracanto
Um remanso
acolhe um rio que na pedra
rumoreja seu roçar (acalanto)
e se reparte para se achar
Um contracanto
a pedra reabsorve
ao sereno: suspiros, gritos,
caibros, trastes de porão
Uma polifonia
no silêncio flora e
no silêncio fia ao entrar
o trio: Tempo, Rio e Coração.
Yanipab e a Pedra do Remanso sugiram de um mesmo cogitar, ou foi este cogitar que veio deles:
Poetagens, bagatelas, nonadas.
Mas por que a pedra?
À margem dela, moo e remoo a mim próprio.
A Pedra é um istmo entre antes e depois da viagem.
Parte do que sou se fia na Pedra do Remanso.
Adolescente, tomei mil banhos de rio.
Homem feito, na pedra cismei.
Já meio desfeito, pude me acalmar e me recompor.
Hoje trato de agradecer.
Meio abandonada, a Pedra do Remanso segue seu compromisso com o rio.
Ninguém mais nada no rio, que também sobrevive, como qualquer ribeirão ou riacho, apesar de toda a imundície que recebe no percurso.
É de se ver o mato crescer em paz na superfície da rocha.
Ver as manchas de líquens a se espraiar.
Ver a terra escorrida com a chuva semear o capim em suas fendas e concavidades.
A Pedra do Remanso, de volta ao ponto, assim como Yanipab, leva-me ao “memorar-me” do poema.
A memória física, proporcionada por casa, filho, amigo, livro, árvores, pedra, madalena, é fundamento, creio, do existir.
A Pedra lá, nós por ali, antes de mim, antes da carne, já nos olhos e na alegria de mamãe menina, nos banhos de muitos tios e primos — em outras águas — que já moram na Terceira Margem de que fala o célebre conto.
Na pedra estão gravados voos de pássaros, sombras de mergulhos, rastros de bichos, namoros, companheiradas;
E suas camadas mais profundas guardam tempestades, raios, magmas, mares e assombros que antecederam todas as criaturas.
A Pedra do Remanso lá, eu aqui, neste instante, a tê-la.
E de tê-la, ter vivido.
E de ter vivido, petrificado.
*
Por ora é isso, bicho, acho.
Salve e saravá e um abraçaço.